domingo, 12 de outubro de 2014

Lojas saem da internet para invadir o mundo real

O comércio eletrônico cresce a passos largos em todo o mundo; pesquisa recente da IBM feita com 30 mil consumidores em 16 países mostrou que 27% dos entrevistados fez sua última compra através da internet. Provavelmente você também já comprou online. Com o setor aquecido também no Brasil, diversos estabelecimentos abrem suas lojas virtuais para aproveitar o momento. Mas o curioso são empresas que estão fazendo o caminho inverso: começam no mundo online e enxergam uma oportunidade interessante no mundo físico.
Este pet shop nasceu online em 2010. Com o sucesso das vendas online, viu uma chance de crescer ainda mais no mundo físico. Hoje, com mais de 10 lojas abertas, a marca é a primeira franquia de pet shop do país.
"Olhamos para este setor e ficou encantado com a quantidade de oportunidades e decidiu entrar para o mundo físico, trazendo os conceitos da internet na loja física", diz Daniel Nepomuceno, sócio-fundador da Meu Amigo Pet.
A loja da marca de óculos desses três amigos também surgiu no mundo virtual. Para oferecer óculos de design com preços mais acessíveis, a primeira ideia do trio foi cortar os intermediários.
A primeira experiência da marca no mundo físico foi o serviço de um ciclista que ia até o cliente para que ele pudesse experimentar os modelos escolhidos no site antes de fechar a compra. A iniciativa deu certo e eles viram que quando os possíveis compradores tinham contato físico com os óculos, o custo-benefício fazia mais sentido e era mais fácil vender. Daí surgiu a ideia de definitivamente abrir uma loja física.
"Para nós, é mais fácil vender na loja física, onde dá para explicar a história para todo mundo, como e onde os produtos são feitos... a gente mostra o nosso sócio que desenha os produtos. Então tem um apelo... a venda física é mais fácil", diz Arthur Blaje, sócio-fundador da Livo.
Indepentende do caso, não existe mágica; abrir uma loja física pode ser mais complexo do que lançar um e-commerce.
Talvez a maior diferença do mundo virtual para o real seja o trato com o público. No e-commerce, por mais canais que haja, o relacionamento com o cliente é distante. Na loja, é necessário haver um bom nível de treinamento para o vendedor convencer aquele cliente que vai decidir a compra ali, na hora, e provavelmente vai perguntar sobre o produto.
"Na parte operacional, de gerenciamento de estoque, por exemplo, nós tivemos facilidade em fazer, devido à operação no online, mas o desafio no mundo físico foi treinar funcionários, prestar um serviço diferenciado e criar uma ambientação bacana para o consumidor" diz o fundador da Meu Amigo Pet.
Por outro lado, a maior vantagem das lojas que se aventuram nesse caminho inverso é o aprendizado que elas tiveram no mundo online.
"Hoje você não consegue gerenciar um e-commerce sem um sistema. Uma loja física você consegue. Por isso, quando você migra para o mundo físico, você já larga na frente, com um bom gerenciamento de estoque. Quando você começa uma lojinha física você não tem essa preocupação porque é mais fácil. O e-commerce é um desafio maior no começo", diz Felipe Cataldi, do Betalabs.
O interessante é que tanto o pet shop quando a loja de óculos viram suas vendas online crescer com a abertura das lojas físicas. Vale lembrar que apesar do bom momento, o e-commerce ainda está amadurecendo no Brasil. Nem todo mundo já comprou online e quem ainda não teve a experiência, ainda fica com um pé atrás na questão da segurança. Mas parece que isso muda quando o estabelecimento inaugura um espaço físico.
"Sem dúvida para muita gente, quando a pessoa tem um local físico onde é possível conversar cara a cara, isso passa mais confiança. Principalmente para o consumidor mais conservador como o brasileiro, que ainda está entrando no comércio online. A pessoa pensa que é mais fácil comprar online, mas se precisar conversar com alguém, é só aparecer na loja física", diz Cataldi.
Esses são dois exemplos de casos de sucesso neste caminho inverso do comércio eletrônico. Mas abrir uma loja física ainda custa caro e o normal mesmo é que estabelecimentos que tenham sucesso no mundo real abram suas portas no mundo virtual. De qualquer forma, se deu certo para alguns, é bem provável que nos próximos anos a gente veja outros exemplos de marcas que também saiam da internet para as ruas.
E você, o que acha dessa história? Também confia mais para comprar online em lojas que têm espaços físicos ou isso não tem nada a ver? Se você tem um e-commerce ou mesmo uma loja física, aproveite e comente. Será que vale a pena? 
Fonte: Olhardigital.com.br

Nenhum comentário: