sexta-feira, 29 de abril de 2016

Banda musical reúne pessoas com down, cadeirantes e autistas no Piauí

Objetivo do projeto é sensibilizar através da música e resgatar a cidadania.
Projeto conta com mais de 40 pessoas com ou sem alguma deficiência.
Fernando BritoDo G1 PI

Projeto social dá vida a grupo musical que reúne pessoas especiais (Foto: João Gilberto/Arquivo Pessoal)

Um projeto social que existe há 3 anos no Piauí tem feito a diferença na vida de pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Idealizado pelo músico João Gilberto Oliveira, 40 anos, o Música Eficiente reúne surdos, deficientes físicos, crianças com síndrome de down e autistas, que integram o grupo musical denominado 'Banda Eficiente'. O principal objetivo do projeto é sensibilizar através da música e resgatar a cidadania.
Integrante há pelo menos seis meses no grupo, o pequeno Francisco Oliveira e Silva Neto, 8 anos, que tem síndrome de down, ainda tenta se identificar e escolher um instrumento musical: bateria, violão ou mesmo apostar no canto.

Mãe de Francisco Oliveira destaca que música tem sido uma terapia (Foto: Fernando Brito/G1)

Para a mãe Florença Oliveira e Silva, 50 anos, a participação do filho no projeto tem sido uma importante terapia uma vez que a interação e o contato dele com outras crianças ajuda na evolução psicológica e mental de Francisco.
Miqueias, 8 anos, é cadeirante e toca violino em banda (Foto: João Gilberto/Arquivo Pessoal)

"Sem dúvidas é um projeto que tem ajudado no desenvolvimento do meu filho. Ele passou a se socializar mais. Fica observando o que as outras crianças fazem e acaba também aprendendo. A vida das mães que têm um filho com algum tipo de deficiência é uma luta diária e ver eles se interagindo dessa forma é um alento", contou.
Quem também integra o grupo de música é Miquéias Mota Melo, de 8 anos. Apaixonado pelo projeto, o garoto toca um pouco de tudo: violino, violão, flauta, até meia lua e até bateria. Com tantas habilidades assim, ninguém nem imagina o quanto o pequeno é especial.
Miquéias nasceu com seis meses de gestação, possui hidrocefalia e mielogeningocele, uma doença grave que atinge os ossos da coluna vertebral do bebê que não se desenvolvem adequadamente. O menino é cadeirante.
"Eu gosto muito de música. É confortante para a alma. Mas o que eu gosto mesmo de tocar é bateria e violino. Me sinto muito bem vindo para as aulas de música", disse o pequeno.
Francisco Neto e Miquéias estão entre os mais de 40 alunos que assistem às aulas no projeto de música eficiente, que trabalha com a inclusão social de crianças com algum tipo de deficiência. Eles se reúnem todos os sábados no Centro de Ensino Fundamental de Tempo Integral (Cefti) Pequena Rubim, do Bairro Mocambinho, Zona Norte da capital, local cedido pela diretoria da unidade de ensino.
O projeto é um grande sonho. Prestar um serviço como esse para a comunidade não tem preço"
João Gilberto de Oliveira, 40 anos
professor e músico
Conforme João Gilberto, o projeto tem a colaboração de um fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, um educador físico e outros três professores de música que se revezam todos os sábados no atendimento aos participantes.Todos trabalham voluntariamente.
"Esse projeto é um grande sonho. É muito gratificante chegar todos os sábados e encontrar jovens e crianças especiais em todos os sentidos. Prestar um serviço como esse para a comunidade não tem preço", ressaltou o professor de história, músico e especialista em educação especial.
Ainda sem o apoio do poder público e da iniciativa privada, o projeto funciona com base em doações e tudo bancado por João Gilberto e seus colegas voluntários. A proposta dele é transformar o projeto no Centro de Música Eficiente.
Fonte: Cidadeverce.com

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